É importante entender os motivos pelos quais os antigos celtas cultuavam com tanta veneração as árvores, e porque seus bosques eram, para eles, tão sagrados.
Segundo alguns estudiosos da cultura celta, as árvores eram consideradas seres vivos que possuíam um infinito conhecimento e sabedoria. Os celtas imaginavam o Universo na forma de uma grande árvore cujas raízes aprofundavam-se até o submundo, os troncos cresciam através do espaço e os ramos atingiam os céus.
Alguns autores, como Robert Graves, contam que povo celta designava uma árvore para cada fase da lua em seu calendário. Isto, de acordo com as propriedades mágicas, medicinais, e também simbólicas, de cada uma delas.
Portanto, os celtas seguiam também o ciclo da Lua, com o ano dividido em 13 meses lunares. De acordo com alguns estudiosos desta cultura, eles acreditavam que a raça humana descendia de árvores e que cada árvore era dotada de qualidades místicas próprias. Eles codificaram esses mistérios em um alfabeto secreto conhecido como o Ogham (pronuncia-se Ouan).
Relatos dizem que os celtas dividiam o ano em três estações: primavera, verão e inverno. Além disto, acreditavam que a divindade era uma trindade (algo muito semelhante, posteriormente, se estabeleceu no cristianismo), dividida em três partes:
Trisklel |
Divino Universal / galáctico ou etéreo;
Masculino / solar;
Feminino / lunar.
O número Três sempre esteve associado ao sagrado. Na numerologia ele é o número que simboliza o acréscimo e, não raramente, vemos em diversas culturas o número três ligado ao divino.
Um dos símbolos celtas mais conhecidos é o Triskle (ou triskele), que representa a tríade que move o universo. É um símbolo formado por três espirais interligados que representam o fluxo do "três divino".
Um dos símbolos celtas mais conhecidos é o Triskle (ou triskele), que representa a tríade que move o universo. É um símbolo formado por três espirais interligados que representam o fluxo do "três divino".
Alguns afirmam que os druidas compunham três círculos de homens chamados "conselhos", como uma se fosse uma divisão política. O primeiro conselho era denominado "Oshar", o conselho da árvore da verdade; o segundo era "Altar", o conselho da árvore do conhecimento, do caos e da ordem e o terceiro era o "Iltar", o conselho da árvore da vida.
Fato é que, para este povo antigo, as árvores possuíam todo o conhecimento em sí e eram os seres mais divinizados, pois estavam, mais do que qualquer outro ser, conectados intimamente aos elementos da natureza.
Mais do que qualquer outro ser, conectadas à terra (literalmente enraizadas nela), à água (através da captação natural e reservatório natural), ao fogo (captação solar para fotossíntese, transformação que um ser animal não é capaz naturalmente) e ao ar (através da captação do gás carbônico, transformando-o no oxigênio fundamental à vida na terra).
Isto prova que os celtas não cultuavam as árvores por mera idolatria, mas havia, acima de tudo, um fundamento claro para toda esta crença.
Os costumes folclóricos que expressam essa reverência às árvores foram praticados por séculos antes de serem desencorajados, até mesmo demonizados, pelas religiões abraâmicas – ou então absorvidos silenciosamente quando essas práticas não puderam ser suprimidas. Muitos bosques pagãos foram dedicados a santos cristãos. Homens-verdes (GreenMan) foram esculpido uma igrejas, como em King's Nympton (Inglaterra), e o folclore foi transformado em esculturas que passaram a representar a o poder de Cristo sobre a Natureza.
Hoje, quando o amor pelas árvores é considerado ecológico ou romântico em vez de satânico, cristãos e pagãos podem desfrutar dos antigos costumes florestais da herança popular dos antigos povos que viam na Natureza o Grande Poder gerador da vida.
Bom post!
ResponderExcluirMuito bom seu blog, instrutivo e especial como as árvores! Gostaria de compartilhar uma intuição, que transcrevo a seguir, quando eu estava em conexão com uma árvore importante para mim: “As plantas são seres altamente relacionados aos 4 elementos. Elas precisam do elemento Fogo, através da energia do Sol para a fotossíntese. Elas precisam do elemento Ar, do gás carbônico para a produção de energia para viverem. Elas precisam do elemento Água para a sobrevivência. Elas precisam do elemento Terra, o substrato de onde retiram os nutrientes para a vida.
ResponderExcluirAs plantas também estão relacionadas com os elementos na sua reprodução. Muitas vezes elas precisam do auxilio do vento, da água e de animais para se dispersarem, para ocuparem ambientes diferentes de seus pais. E quando ela (a semente) encontra do seu lugar, faça chuva ou sol, geada ou seca, ela “teima” em sobreviver. Elas nos ensinam a Persistência.
Além disso, as plantas são seres sábios. Elas são expectadoras de mudanças. As árvores são as mais sábias, principalmente as que vivem mais. Elas observam diferentes gerações de outros seres, inclusive o biXo homem. Acompanham nascimento e morte, tristezas e alegrias e aprendem, observando e sentindo. Através de suas raízes as plantas, em especial as árvores com raízes mais profundas, tem acesso ao registro de memória da Mãe Terra, registro de épocas antigas e se tornam cada vez mais sábias.”
Ótima postagem! Oengus, será que existe algum livro dedicado a este tema, em específico? gostaria de saber.
ResponderExcluirOlá Jorge, infelizmente temos poucos livros em português que abordam este tema especificamente. Muitos tratam deste assunto apenas em capítulos à parte ou dentro de algum outro contexto.
ResponderExcluirMuito bom, obrigada por compartilhar!
ResponderExcluirTexto de grande propriedade . As árvores são sagradas. Axé
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